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segunda-feira, junho 27, 2005

Unidade na Escuridão

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Como tem um bom tempo que não posto nada aqui, resolvi postar um textinho aqui que já é velho e estava até na reserva aqui, justamente para os momentos de vacas magras.

Relendo o texto lembro muito bem da minha época mais esotérica, que está um pouco recharçada no momento, mas talvez ainda volte para ela. Mas hoje vejo que todos os caminhos são os mesmos.
Penso que Deus nos deu apenas o objetivo de ser feliz, e se não for isso Ele vai ter que esperar um pouquinho, pois é o que EU quero agora.

Aproveitem aí.

Unidade na Escuridão

Sozinho?
Sozinho não, estou aqui comigo.
Aqui no escuro da minha casa onde tento racionar energia
Acabo por racionar meu ego.
Vejo o escuro à minha frente como um reflexo meu.

Nada mudou,
as paredes continuam aqui,
os móveis continuam aqui,
eu continuo aqui,
só não consigo ver nem sentir
onde terminam os móveis onde eu começo.
Aqui sou eu e todo resto,
aqui e em outras dimensões.

Será que é ilusão do escuro,
ou nossa ilusão é na luz.
Pobre luz que nos permite ver com mais detalhe
essas pequenas manifestações do todo.
Não será ela a culpada de nossa ilusão, eu sou.

Culpado de pensar que o que está à minha volta não sou eu,
que o que sou eu é diferente do que é você.
Culpado por pensar que não somos todos parte da mesma criação,
pensar que não somos todos pequenas partes de um todo maravilhoso.

Culpado, por minha ignorância em não pensar:
"SOMOS TODOS UM SÓ".

Alexandre Lima de Barros
04/Maio/2001 - 19:35

quinta-feira, abril 28, 2005

Vida Cigana

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Por que se foi?
Tantos planos, tantas coisas pensei, mas agora se foi... há muito tempo se foi. Lembra-se, eu iria te visitar, mas você não quis arriscar. Nessa época aceitei, você também tinha seus pensamentos, seu ideais, suas crenças e precisava correr atrás.

Como perder um amor que não se viveu?

A pior separação que já me ocorreu foi a separação do que nunca se uniu, daquilo que tive intenção, mas não ocorreu. Sempre fui muito impulsivo, mas naquela ocasião vi meu carinho crescendo, progressivamente, inocentemente, até se transformar numa coisa que me fazia mover, seguir.

Mas eis que o destino, em suas artimanhas resolveu adiar, ad eternum (ou até segunda ordem) algo que estava para nascer, de certa forma te amava, sei que você também, mas nossa vida caminha por caminhos retos, nossos sentimentos é que são meio tortos, não querem seguir esse fluxo linear. Você foi de Piracicaba para São Thomé, mesmo vendo, ainda não acredito.

Já faz muito tempo que nem notícias tenho, difícil que é falar com você. Espero que o Grande Arquiteto tenha lhe reservado um caminho bom, que esteja feliz, também trilho o meu caminho, mas o carinho é grande, seja lá como estiver.

No momento eu acho que não tenho mais a dizer deixo essa música falar um pouquinho mais, particularmente gosto da gravação feita pelo Belchior.

Vida Cigana
(Geraldo Espíndola)


Oh, meu amor!
Não fique triste...
Saudade existe pra quem sabe ter,
Minha vida cigana me afastou de você,
Por algum tempo eu vou ter que viver por aí, longe de você,
Longe do seu carinho...
E do seu olhar, que me acompanha já tem muito tempo
Penso em você a cada momento
Sou água de rio que vai para o mar
Sou nuvem nova que vem pra molhar essa noiva que é você
Pra mim você é linda
A dona do meu coração
Que bate tanto quando te vê
É a verdade que me faz viver
O meu coração bate tanto quando te vê
É a verdade que me faz viver

quinta-feira, março 17, 2005

Schopenhauer (Brainstorm)

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Olha o texto que estou postando abaixo, é mais um texto antigo meu, mas que vou deixando arquivado aqui para quando estiver sem inspiração para coisas novas.
Gosto muito desse texto e como o subtítulo diz, foi um brainstorm, pois escrevi sem pensar em nada, regras, rimas, nada. Escrevi o que saiu.

Só para contextualizar escrevi esse livro após ler um livro que ganhei de presente da minha amiga Rosane Coutinho, chama-se A Arte de Ser Feliz, de Schopenhauer,1 por isso o título.

Então vamos para o texto.
______

Schopenhauer (Brainstorm)

Famigerado, desgraçado. Descalço, indócil. Sigo assim minha sina de não querer nada além do que é jogado no lixo daqueles que possuem a vida que quero.

Assim! Para quê mais? Aprendi que querer é sofrer, mesmo que queira apenas um pouquinho de felicidade... dignidade...

Hum... dignidade, nem sei o que é isso, mas deve ser legal... ser digno!

Dignidade: respeitabilidade; autoridade moral Isso foi o Aurélio quem disse. Mentira, não foi ele não! Foi o Silveira Bueno, mas é que Aurélio é mais bonito, mais poético, todo mundo conhece.

mas o Silveira também tem sua autoridade moral e tenho que ser grato a ele, por me acompanhar desde o colegial.

Qual era o assunto? Nem me lembro mais! Também não lembro de tantas outras coisas, mas não quero ser assim não. Eu quero lembrar. Quero poder contar histórias bonitas para os meus filhos. Bonitas e cheias de sabedoria.

Ahh! Vai ser legal eles olhando para mim com aquela cara de quem "teve um encontro com Deus". Frase cliché né? Mas não quero entrar nessa polêmica. Não que eu não discuta religião, mas é que tem hora certa para isso. Quero é falar dos meus filhos, que ainda não tenho.

Não. Não é isso também não! Estava falando de memória, ou era dignidade?

Ah, quero tanta coisa, que é até chato querer. Schopenhauer diz que a felicidade está em querer o menos possível... Schopenhauer!!! Viu como estou chique, citando Schopenhauer.

Será que meus filhos vão achar bonito quando eu falar em Schopenhauer? Ah, deixa prá lá.

Se você me acompanhou provavelmente enm me entendeu, mas eu estava pensando nesse povo; o povo todo mesmo. Eu queria que eles também em acompanhassem.

Podem até começar famigerados, mas que terminem com Schopenhauer.

ALEXANDRE LIMA DE BARROS
BH - 10/09/2003 - 19:45

OBS: Será que um dia nós seremos capazes de eleger mais políticos que se preocupem menos com a política e mais com o povo? Tá na hora.

______

1. Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo Alemão, nascido em Dantzig, em 22 de Fevereiro de 1788.Mais informações:

quarta-feira, março 16, 2005

Vivo

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Como disse que iria postar algumas coisas antigas, aqui vai um poeminha que, relendo ficou até razoável... Nessa época estava com 21 anos então devia estar no espiritismo (Kardecismo)1, talvez sirva para contextualizar o tema.

Abraços a todos os que lêem aqui, principalmente à Hitoe, que tem deixado ótimos comentários nos meus textos. Por favor, se tiverem alguma sugestão ou dica também podem falar.

Vivo

Vivo,
pois este é meu destino.
Não porque respiro ou ando.
Vivo,
pois é bom viver.
O que será esta vida?
Sem motivos? Duvido!
Um dia não pode existir sem motivos,
Quem dirá uma vida.
Todos os dis acordo
E me pergunto porque vivo.
Lá no fundo me respondo:
Vivo porque amo o mundo,
Vivo porque amo a vida!

Alexandre Lima de Barros
Belo Horizonte - 26/Fev/2000 - 09:40


1. Religião fundada por Allan Kardec.

Maracangalha... Minha Mãe

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Acho que para ser um bom escritor é preciso, além de várias outras coisas, uma ótima memória e uma certa capacidade de "contar causos". Acho que nesse quesito terei problemas. Às vezes paro para tentar lembrar de coisas do meu passado, minha infância e vejo que as memórias existem, mas não são tão fortes, de forma que eu possa trazê-las com toda a força para o presente, assim como Vinícius, ou livros ricos em detalhes como de Pedro Nava.

Entretanto, nem tudo está perdido nessa cachola, e até um peixinho dourado deve ter alguma coisa que fica fixa por mais tempo em sua memória. Assim também é comigo e chegou a hora de fazer justiça a uma pessoa de extrema importância na minha vida: Minha Mãe.

Pessoa séria, caprichosa, trabalhadora, amorosa. Sempre cuidou da sua casa e sua família com muito amor, de uma forma que às vezes nos chateava, mas sempre nos amou. Infância difícil nascida em um vilarejo na Bahia, Caraibas, distrito de Tremedal, ainda menina mudou-se para Vila Pereira, distrito de Nanuque, Minas Gerais, e daí para a sede. Filha de família comum, humilde... vamos adiantar pois isso não é biografia... só quero dizer que minha querida mãe sempre foi uma pessoa humilde, mas que zelava muito por nós, mas todos temos nossas manias e minha mãe também tem as suas: adora casa limpa e organizada, chegando a uma neurose graças a isso, mas é graças a essa neurose que tenho uma das lembraças mais gostosas da minha infância.

Cuidadosa que era com a casa, não gostava de menino pequeno tomando banho e sair bagunçando os quartos sendo assim, tomávamos banho todos juntos, ela, eu e minhas duas irmãs. Isso era uma festa, assim com todos juntos, ocasionalmente meu pai também estava, tornando a festa ainda maior. Isso nos tornava um pouco diferente e se tivéssemos composto a música Família do Titâs acrescentaríamos: 'Toma banho junto todo dia'... era a nossa história e gerou mais histórias.

Nesses banho minha mãe costumava cantar Maracangalha,

Maracangalha
(Dorival Caymmi)

Eu vou pra Maracangalha
Eu vou
Eu vou de uniforme branco
Eu vou
Eu vou de chapéu de palha
Eu vou
Eu vou convidar Anália
Eu vou

Se Anália não quiser ir Eu vou só
Eu vou só, eu vou só
Se Anália não quiser ir
Eu vou só, eu vou só
Eu vou só, sem Anália
Mas eu vou

... mas de uma forma adaptada, não havia Anália e sim Alexandre, Bianca e Janaina...

- Eu vou convidar o Alexandre, eu vou... Se ele não quiser ir eu vou só...

Essa era a nossa deixa, em que sempre respondíamos "Eu vou", como poderíamos deixar nossa mãe ir sozinha para Maracangalha, um lugar tão distante e desconhecido quanto o Tororó, onde ela também nos levava vez ou outra. É verdade que Bi, nossa rebelde sem causa(1), às vezes negava, para indignação minha e de Jana, mas era só charminho mesmo.

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É engraçado hoje escutar Maracangalha, dá vontade de ir para o banheiro, chamar minhas irmãs, minha mãe, meu pai, sentar no chão e deixar que minha mãe esfregue minhas costas, ou eu mesmo esfregar as das minhas irmãs para ajudar. Mas como no momento meus pais estão longe e minhas irmãs dormindo, choro de saudades. Saudades de coisas boas que vivi, vontade de poder vivê-las mas os dias são outros, saudades dos meus queridos pais que estão em Teixeira de Freitas, próximos como uma chamada no Skype, mas tão distantes para um abraço apertado, saudade da minha mainha, pegá-la, jogá-la na cama e beijar todo carinho e sem parar, até meu pai chegar no quarto sorrindo e nos chamando de palhaços.

Saudade.

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1. Rebelde sem causa: Esse domingo (13/03/2005) teve uma reportagem falando que os primogênitos são mais obedientes, enquanto os mais novos são mais "rebeldes", para tentar chamar a atenção dos pais. Por isso mesmo têm maiores propensões a serem pessoas que vão contra o sistema, idealistas. Bem, azar o meu que sou primogênito.

domingo, março 13, 2005

Formigueiro (Fotografias)

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Bem, quem dá uma examinada mais minuciosa no blog pode estranhar o texto de introdução do mesmo:

Tudo o que se passa na minha mente,
desde fotografias de formigueiros
a conhecimentos científicos e filosóficos...
Bem, na verdade talvez nem seja tão estranho, é só isso mesmo, foto de formigueiro sim, porque adoro fotografia, embora não seja nenhum J. Duran, mas gosto de fotografar de tudo, desde formigas brigando no chão para pegar um bezouro morto a festas de aniversário do amigo do meu primo. Nesse ínterim passamos por flores, paisagens, praias, pessoas conhecidas ou desconhecidas, bundas (como pode ser visto em um post do meu flog) e tudo mais que puder ser focalizado por uma lente, embora às vezes não fique tão no foco assim.

Aí está então a foto que inspirou parte da introdução do blog:

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E fotografar é isso, mirar a lente em uma direção que muitos não observavam e captar naquele momento algo próprio, é como emitir uma opinião sobre um assunto. Ela revela um breve momento, na eternidade (ou brevidade) de um fato.

Como esse pequeno formigueiro aí que parece um grande cálice, ou uma enorme estrutura. Havia vários ângulos possíveis, escolhi uma, essa foi minha opinião, meu ângulo.

Às vezes acontece isso em nossas vidas, os fatos estão ali para ser vistos ou não por quem quer que seja. Cabe a nós escolher se vamos ou não observá-lo. Às vezes somos nós mesmos os fatos, esperando que alguma lente nos mire e descubra o nosso melhor ângulo e resolva assim nos fotografar, nos revelar e guardar em seu álbum de recordações. Mas o que mais queremos mesmo, é que após nos revelar sejamos colocados em um belo porta-retratos na mesa de centro da sala, uma parte importante na vida daquela pessoa, ou que nos carregue em sua carteira... seu Coração.

Três Estações - Porque Também Somos do Mar

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Ontem fui ao show do Amaranto, trio musical composto por Flávia, Lúcia e Marina Ferraz, com vozes doces e melodiosas que cantam como anjos a nos embalar ou elfos a nos enebriar. Nome do show: Três Estações - Porque Também Somos do Mar, com participação também de Fernando Brant e Geraldo Vianna.

Foi um show maravilhoso, com musicas de Dorival Caymi, intercaladas com leituras do Brant e músicas instrumentais maravilhosas com destaque para o violão do Geraldo Vianna. Tudo bem recheado com essas três vozes maravilhosas e suas perfomances, tornando o espetáculo ainda mais leve, mas amigo, mais íntimo.

O show foi um êxtase e tinha também por finalidade a gravação de um novo CD, o qual já espero ansiosamente.

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Sou apaixonado pelo Amaranto, quem me conhece bem sabe disso, evito perder qualquer show delas e se pudesse colocaria aqui algumas de suas músicas, mas como não sei como fazê-lo recomendo o grupo, pois elas são ótimas.

sábado, março 12, 2005

Para Tudo Tem Um Começo

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Bem, meu primeiro post aqui no blog teve o título de "Iniciando... mais uma vez", referia-me, obviamente, ao início desse blog. A propósito já comecei outros, mas não consegui dar continuidade e nem divulguei, então não vingou. Nesse agora divulguei um pouquinho, e os comentários servem de estímulo, por isso: COMENTEM... somos sempre um pouco exibicionistas, e a única forma de saber que estão lendo é se comentarem.

Mas o que queria dizer mesmo é sobre o meu começo como "escritor", supondo que o sou, é claro.

Acho que a primeira coisa que me lembro de escrever foi uma redação, na 1ª série, cujo o tema era Jacaré... bem, eu acho. E em determinado ponto da redação surgira a palavra 'jeito', mas que eu não sabia como escrever, palavra que, confesso, até hoje me surgem dúvidas ocasionalmente. Nesse dia tive que sair da minha casa e pedir auxílio no consultório daquele que é o meu grande guru, meu Paizão.

Bem esse episódio foi a primeira composição que lembro que fiz, redação normal de grupo, mas está perdida no tempo então não há como dizer no que consistiu, sem dizer que foi por obrigação, o que geralmente torna muito menos prazeroso. Mas existe um outro dia na minha vida que ficou ainda mais marcado na minha "vida de escritor", foi o dia que realmente decidi que queria escrever poesia, que queria escrever alguma coisa, se é que se pode decidir isso, mas eu decidi. Peguei o velho bloquinho de receituário que sempre tinha lá em casa, pois meu pai, exagerado, mandava fazer muito mais que o necessário. Assim eles bailavam por todos os lugares e os usávamos para tudo, seja para prescrever receitas, fazer cálculos financeiros, desenhar ou escrever.

Cresci vendo meu pai escrevendo nesses blocos e até hoje às vezes encontro algumas de suas folhas, brilhantes, acetinadas, do tipo que borram com canetas BIC, perdidas em algum livro mais antigo.

Pois foi em uma folhinha dessas que escrevi meu primeiro poema, infantil, mínimo, uma estrofezinha, mas mesmo hoje penso que foi um dos meus melhores, o primeiro, meu primogênito, como um filho que nasce sem que se perceba.

E foi assim que nasceu "Chuva Colorida", escrito em caneta BIC verde (que só vi mesmo com meu pai) e desenhos borrados em azul e vermelho.

De lá para cá, já tive épocas de escrever e épocas de silenciar, como já comentei aqui, mas ele foi o marco inicial... e que não haja o final.

Então, hoje, vou postar aqui esse poeminha e toda vez que achar que estou meio parado com o blog e sem inspiração vou repostar poemas/textos antigos, espero que me aguentem, mas desejo muito a crítica dos que me lêem, tanto para elogiar quanto para falar que não gostaram. Quem entender melhor dessa arte de escrevinhar pode me falar ou dar dicas, se houver algum erro falem para que me corrija, pois como disse o sábio filósofo brasileiro: "Eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante."1

Chuva Colorida

Chuva colorida
Para meu mundo sem cor.
Chuva colorida
Para satisfazer o meu amor.

Alexandre Lima de Barros
Lajinha - MG - 1990

1. Raul Seixas

terça-feira, março 08, 2005

E Deus Fez a Mulher

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E Deus seja louvado por muitas obras, mas principalmente essa:
Mulher, fêmea bípede da espécie Homo sapiens sub-espécie sapiens.1

Seres complicados que não sabem o que querem e só querem o que você não sabe. São emotivas ao extremo e ainda sim não mantém um padrão de emotividade, um dia estão amáveis como cachorro pincher quando vê o dono, no outro, parecem gatas paridas, prontas para destruir o mundo (e ai de você se for calmo, isso é capaz de irritá-las ainda mais).

Mulher é boa em tudo, até no que é ruim. Se são chatas, são chatas prá caralho. Se são legais movem o mundo e só te trazem alegrias. Se são frias, nem o sol para penetrar seus corações (e haja sofrimento para os pobres homens), mas se amam, amam com o corpo, com o espírito, amam com a alma... amam como se só isso bastasse nesse mundo criado todinho, penso eu, para elas.

Como sofrem algumas mulheres e como sofre muito muitas outras, sim porque ninguém sofre como as mulheres. Sofrem porque brigou com o namorado, sofrem porque comeram uma caixa de bombom, sofrem ainda se comeram a caixa de bombom porque brigaram com o namorado. Ardem de dor porque aquela mocréia horrorosa2 está usando o mesmo vestido que o seu naquela super-festa.

Choram, choram demais nossas lindas mulheres. Choram porque é o último capítulo da novela,
às vezes nem é o último, mas elas choram assim mesmo. Choram porque o filme é triste, choram porque é alegre, às vezes até nos de ação. Choram porque quebraram a unha e choram porque ninguém reparou no corte de cabelo!

Ah os cabelos, longos, curtos, loiros, pretos, castanhos, ruivos (adoro as ruivas), gordas, magras, baixa, alta, todas com suas particularidades, todas lindas todas maravilhosas. Mulheres, benditas sejam, amadas sejam.

Um grande beijo a todas e parabéns por esse dia que alguns idiotas convencionaram para ser seus, prefiro considerar como sendo todos seus.

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1. Se bem que dizem que se possuirem pêlos louros são Homo sapiens masnemtantus. Brincadeira, sabem que não penso assim, mas não podia perder a piada.

2."Mocréia-Horrorosa": mais conhecida entre os homens como Gostosona.

terça-feira, março 01, 2005

A Crônica Que Não Escrevi

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Sempre gostei de escrever, bem, sempre desde a 4ª Série. Fiz poema, fiz texto que ganho concursozinho de escola e tudo mais. Sempre tive grandes admiradores, pois nossos pais insistem em nos convencer que somos bons.

Por causa dessas coisas, comecei a achar que poderia continuar escrevendo. Mas tudo tem seu tempo, a inspiração tem que vir, já tive épocas de escrever muito, outras de total estagnação, às vezes falta inspiração, às vezes é pura enrolação.

Entretanto existe uma crônica que não escrevi, a imagem até hoje fica comigo:
Um velhinho, com seu walkman, fone de ouvido na orelha, aparelho colado ao ouvido.

O novo e o velho, costume e modernidade... essa eu não escrevi.

* Post em homenagem ao meu amigo Ragner, pela sinceridade... estava mesmo precisando atualizar isso aqui.

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Coisas em Comum

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[OBS: Editei o post 'Raul... esse é o cara', e acrescentei a letra de Nuit, inspiração para o mesmo.]

É sempre interessante encontrar pessoas com que temos algo em comum. A vida é sempre assim, encontramos pessoas que gostam do mesmo curso, do mesmo tipo de música, que frequentam os mesmos lugares, etc.

Já escrevi sobre o quanto gosto da internet, mas recentemente numa conversa uma pessoa falou comigo: "Temos muitas comunidades em comum". Nada demais era verdade, tínhamos muitas coisas e gostos em comum, inusitada foi a forma de expressar isso. Referia-se às comunidades do Orkut, das quais faço parte de quase 200 já... A maioria delas só serve para uma coisa: Nos identificar.

Isso mesmo, pois afinal de contas, que tipo de discussão pode haver numa comunidade: "Nós Amamos Trident de Canela"... nenhuma, mas isso mostra para alguém que quiser ver, principalmente os criadores do orkut, que gosto de trident de canela. Obviamente faço ressalvas a algumas que têm temas de discussão interessantes e levam isso um pouco mais a fundo, embora nenhuma delas consiga fugir aos joguinhos do "Beijo, não beijo". Frutos da necessidade de auto-afirmação. Como sou da filosofia só pergunte se realmente estiver preparado para a resposta,2 nunca entrei nesses jogos.

Mas o tema básico é a forma como a tecnologia está entremeada na nossa existência, como o senhor que usava seu walkman, com fone, ao lado da orelha, como o velho radinho de pilha - mas isso é uma crônica que há anos espera para ser feita. Eu mesmo já usei termos como, 'Fulano não é pequeno, ele é zipado', mas 'Temos comunidades em comum' deixou-me um pouco mais alerta, mostrou-me uma entidade intermediária nas relações, o computador. Se tivéssemos gostos em comum era só entre nós mesmo, teti a teti (juro que não sei como se escrevi isso... hora do Houaiss 1), mas comunidades não... preciso ir no Orkut, depois chegar nela.

Computador é bom, ajuda, mas atrapalha muito.


1. tête-à-tête: conversa privada de dois indivíduos. (Houaiss Dicionário Eletrônico)

2. Sou eu mesmo quem falo isso, e pronto.

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Pai e Filho

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Estou aqui no bar a espera de alguém que demora a chegar.1 Toda espera é infinita, mas se anula quando o objeto esperado enfim chega.

Então começo a olhar as pessoas no bar, muito bonito por sinal, e há duas em especial, pai e filho, um garotinho, divertem-se enquanto também esperam seus pedido, talvez um sorvete ou um delicioso crepes. Divertem-se com seu moderno celular que tem câmera fotográfica, ainda não sei se do pai ou do filho. Afinal isso hoje virou brinquedo de luxo. Vejo crianças de 5 anos com celular, é um absurdo.

Mas me rio deles, não como chacota, é de alegria mesmo de ver uma relação bonita assim, pelo menos é o que parece. Eles riem, conversam, brincam. Coisa rara de se ver nesse mundo corrido de hoje, onde os pais só demonstram seu amor através do trabalho, casa, brinquedos. Tudo bem que essa é a forma que julgam correta, mas se esquecem do principal, como aquela propaganda dizia: "Não basta ser pai, tem que participar."2

Gostei de ver esses dois garotos, pois um pai, com seu filho, às vezes se porta como um garotão. Gostei porque lembrei do meu pai, um grande amigo, que sempre foi um Super-Pai-Gelol, não coitado, não é fresco não. Mas sempre participou. Sempre esteve ao meu lado, mesmo que com opiniões diferentes.

Que me desculpem quem não teve essa oportunidade, mas é maravilhoso ter uma relação dessas. Lembro de como brincávamos e do quanto eu já ri, e ainda rio (ô conjugaçãozinha esquisita). Isso é realmente é maravilhoso. É muito bom ver aquele cavalão se debatendo por causa de algumas cócegas, ou rindo da cara minha e de minha irmã quando fazemos nossas palhaçadas.

Esse é meu paizão e aqui fica mais uma homenagem para você... e Manhinha, depois vem uma para você também, relaxa que amo muito vocês dois.

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Esse aí é ele... um pouco mais sério do que o normal.

Hoje é só isso mesmo, queria falar da singelesa da vida.

É isso aí, a vida é assim, não basta viver, tem que participar.

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1. Obs: Caso você chegue a ler isso, e você sabe que é com você, não se importe, pois não me importo com isso, foi apenas um fato, e até gerou bons frutos como esse texto. E a espera valeu a pena, como a propaganda da Tim.

2. Comercial da Gelol, que sempre terminava com o slogan: "Não basta ser pai, tem que participar."

domingo, janeiro 30, 2005

Saindo da Caverna

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Li que somos Vitoriosos, pelo simples fato de existirmos.1 Você também já deve ter ouvido algo do tipo, uma piadinha como: dentre milhões de espermatozóides, o único que daria origem a você venceu, VOCÊ nasceu. Legal, mas o que quero vai um pouco além disso, um pouco mais longe na história natural. Fazemos parte de uma linhagem longa, tradicional e vencedora. Todos os nossos antecedentes foram vitoriosos e não falharam, nem que seja em um quesito. Gerar descendentes.

Imagine aquela estrutura primordial há alguns bilhões de anos que gerou as primeiras céluas e estas, sucessivamente, evoluíram até virarem esponjas. Fico imaginando meu hipertrisavô esponja trocando DNA com minha hipertrisavó, fogosa que só ela e gerando esponjinhas, algum até deve ter se chamado Bob, Bob Esponja. Assim continuamos até se formarem os primeiros mamíferos, acoados nesse mundo pelos enormes dinossauros. Percebem como sempre ficamos acoados algumas vezes na vida?

O medo faz parte da vida, mas temos que saber administrá-lo, senão bloqueamos nosso processo evolutivo. Imagine aquele mamiferozinho acoado na caverna (só bebendo leite parmalat) para sempre? Se está aqui para imaginar é porque ele não ficou. Ele saiu daquele estado de medo, largou as cavernas e saiu atrás de alguma peludinha com tetas bonitas - muito corajoso, pois na época não existia essa profusão de silicone. Assim aconteceu com todos so nossos ancestrais.

Então você me pergunta: "Aham, e daí?"

E daí nada. Agora pare e pese se temos motivo para nos sentirmos derrotados ou tristes com o que quer que seja. Tá, eu falo isso principalmente para mim, que às vezes me desagrado quando não consigo algumas coisas que gostaria. Deixe estar, eu sou vencedor e não é um percalçozinho qualquer que vai tirar meu título, não mesmo!

Eu sei que ainda terei muitas tristezas, muitas decepções, mas entregar-me está longe dos meus planos, "mas o que é a vida senão um aglomerado de coisas banais do nosso cotidiano, com pequenos - e muito raros - eventos de maior importância."2 Sendo assim não vou ficar escondido nas cavernas. Eu pertenço ao ao mundo, dele sou parte e dele também sou dono. Não agirei como se fosse menos.

Então, meu amigo, dá licença que estou saindo, se quiser que fique aí.

---
1. Jostein Gaarder - Maya

2. Nem tudo é dos outros né! Isso fui eu mesmo em 06/12/1998, enquanto pensava um pouquinho sobre a vida. Talvez até transcreva ele na íntegra depois, pois está razoável.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Raul... esse é o cara

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Raul Seixas, foi um sujeito ímpar. Trouxe, com sua música, temas que fazem parte de conhecimentos ocultistas, muito interessantes. Em outras músicas traz mensagens que são difíceis de serem vistas mesmo hoje, quando nem temos mais censuras.

Na verdade, penso que as músicas eram muito mais criativas nos tempos de ditadura, pois forçavam os compositores a burlar o senso comum, principalmente os censuradores. Isso tornava as composições mais ricas. Não quero desmerecer os compositores de hoje, temos ótimos e amo muitos. Entretanto a opressão que sofreram naquela época faziam com que extravasassem isso através de ótimas canções.

Mas é sobre o Rauzito e esses dias tem me tocado a música Nuit 1, que não domino totalmente os conceitos mas acho interessante.

"Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu'ela queria!
Amo a guerra, adoro o fogo

Elemento natural do jogo, senhores:
Jamais me revelarei." 2


Quem sou eu para me comparar com um deus/deusa, mas às vezes me sinto assim, uma entidade cósmica, fluindo através do espaço-tempo, o que é muito interessante e traz uma série de sentimentos paradoxais.

Insignificância: Somos uma poeira cósmica, ou seja, não somos nada. Tão insignificantes quanto à bactéria que fica na ponta do pelo da pata esquerda traseira da mosca que está no cocô da barata!
Importância: Mesmo assim ainda fazemos parte da grande criação e estamos constantemente criando também, fazemos parte desse grande fluxo energético. Então, se você consegue deixar seu sentimento egóigo individualista um pouco de lado, começa até a se achar importante. Não é legal? Primeiro eu retiro meus sentimentos individualistas e então começo a ficar importante.

Tem outras músicas muito interessantes do Raul, que ainda vou comentar aqui, mas por enquanto é isso.
Nuit
(Raul Seixas)

Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia
Sou da noite a companheira mais fiel qu'ela queria!
Amo a guerra, adoro o fogo
Elemento natural do jogo, senhores:
Jamais me revelarei
Jamais me revelarei!
E quão longa é a noite
A noite eterna do tempo
Se comparado ao curto sonho da vida
Chega enfeitando de azul
A grande amante dos homens
Guardando do sol, seu beijo em comum
Seja bom ou o que não presta
Acendo as luzes para nossa festa, senhores:
Eu sou o mistério do sol!
Eu sou o mistério do sol!
Mas é com o sol que eu divido toda a minha
energia
Eu sou a noite do tempo
Ele é o dia da vida
Ele é a luz que não morre
Quando chego e anoiteço
O sol dos dois horizontes
A mais perfeita harmonia

___
1. Nuit:
A deusa do céu noturno, estreitamente ligada, na religião egípcia, com Hathor, também conhecida como a Venus Egípcia. Sua mensagem é de liberdade, amor e o místico beijo da união [...] Ela é representada mágicamente como espaço e as estrelas ali contidas. Nuit tem sido interpretada como o continuum espaço-tempo, ou como o infinito potencial contendo todas as coisas reais e irreais. (Retirado de: http://www.astrumargentum.org.br/eucly5.htm)

2. Raul Seixas - Nuit Cifra: http://raul-seixas.letras.terra.com.br/letras/48323/)

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Esquinas da Vida

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Esquina: substantivo feminino, ângulo formado pelo encontro de duas vias (ruas, avenidas etc.) 1
Vida: o período de um ser vivo compreendido entre o nascimento e a morte; existência1

Isso posto e lembrando do grande poeta Vinícius que dizia:

"A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!" 2
...Sendo assim, Esquinas da Vida, seria o encontro da vida de duas pessoas, no mínimo, porque existem esquinas do mais diversos tipos. Aqui perto de casa mesmo tem o encontro de quatro ruas.

Estou aqui para falar um pouco desses encontros e desencontros da vida, porque ontem e hoje conversei bastante com um amigo de infância, que por tantas vezes, e como tantos outros, procurei descobrir algum contato. Ontem isso aconteceu. E hoje eu estava lá conversando com esse velho amigo e lembrando do quanto nós já brigamos e nos divertimos.

É isso amigos, estou aqui, na verdade, para elogiar a maior criação conjunta das divindades: a Internet (a criação)... Bem as divindades, os dois grandes camaradas universais: Deus e o Diabo (com quaisquer nomes que queiram chamar). Essa ben[mal]dita internet é o que tira meu sono, consome minhas horas e me faz estar aqui escrevendo o que nem sei se alguém lê, quando deveria estar ali estudando para um concurso.

Apesar disso tudo, de toda a minha relação de amor e ódio com computador/internet hoje estou para vangloriar o que me faz amá-la, a infinidade de possibilidades, inclusive encontrar esse velho amigo e, mesmo depois de 14 anos poder conversar descontraidamente. Como se ontem mesmo o tivesse visto.

Agora deixa eu ir lá que tem um outro camarada que insiste em me acompanhar, por mais que eu tente dar umas pancadas e deixá-lo dormindo... meu amigo Superego. 3

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1. Dicionário Eletrônico Houaiss

2. Vinícius de Moraes - Samba da Benção

3. Segundo o Houaiss (para simplificar) é o que se segue aí:
Superego: substantivo masculino: Rubrica: psicanálise.a.de acordo com a segunda teoria freudiana do aparelho psíquico, conjunto das forças morais inibidoras que se desenvolvem sob a influência da educação durante o processo de socialização; supereu [As três instâncias que compõem o aparelho psíquico são o id, o ego e o superego.

Iniciando... Mais uma vez

1 comentários
Tudo tem seu início, meio e fim. Pelo menos é o que costumam dizer.

Tá tudo errado, pois na igreja me falaram que Deus é eterno, não teve começo nem tem fim... beleza. Contradições. Imagine tudo isso na cabeça de um menino. Lembro exatamente como eu ficava: imaginava um universo bem grande, um universão, que no final das contas era uma grande bola preta dentro da minha cabeça, igual em MIB. Depois pegava Deus e colocava antes e depois disso tudo.

Pronto ali estava o Deus infinito. Era tão simples, nem sei porque isso não funciona mais. A cabeça da gente muda, "o mundo muda, a gente muda, o mundo muda, a gente muda, o mundo muda".1

Voltando então... Esse negócio de começo, meio e fim então é furada. Está tudo numa grande curva de Gauss, como a nossa vida, não dá para saber os limites exatos, pois mesmo os mais sensatos hão de concordar que nossa vida começa em média nove meses antes do que pensamos, mas eu posso ir mais além... alguns milhões de anos!

Mas deixa prá lá. Essa história de começo-meio-e-fim para dizer que aqui estou eu começando esse blog, que não é o primeiro, mas vamos ver se vinga.

Abraços.

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1. Karnak - O Mundo Muda